Com a destruição da vegetação dunar, a costa arenosa perde a barreira natural de protecção contra as investidas do mar. Para evitar essa destruição, optou-se por equipar várias extensões dessa costa com paliçadas de madeira que ajudam a reter as areias e substituem a vegetação destruída, até que esta se reconstitua.
As dunas funcionam como como barreiras defensivas de reconhecida eficácia contra os avanços do mar, principalmente na ocasião dos grandes temporais. Além disso evitam a contaminação dos aquíferos (rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de cedê-la) continentais pela água salgada, a salinização dos solos usados para fins agrícolas e a abrasão marítima das falésias.
A vegetação dunar merece realce não só pelas suas peculiaridades biológicas mas principalmente pelo papel que desempenha na estabilização das areias dunares, contribuindo para a formação do seu sistema o qual constitui a melhor protecção contra a erosão costeira.
Numa primeira linha, mais perto da orla marítima, a chamada "duna embrionária", encontramos plantas mais frágeis, que dificilmente conseguem sobreviver , pois estão constantemente sujeitas a submersão pela água do mar e enterramentos pelas areias. Neste contexto temos o feno-das areias (Elymus farctus), o sapinho-da-praia (Honkenya peploides), a barrilheira (Salsola kali) e carriola-marinha (Polygonum maritimum).
Numa segunda linha, a chamada duna primária surgem espécies mais vivazes, com mais probabilidades de subsistirem. Encontramos aí em predominância o estorno (Ammophila arenaria), mas em comunidade com outras espécies como a luzerna-das-praias (Medicago marina), os cordeirinhos-das-praias (Othanthus maritimus), o cardo-marítimo (Eryngium maritimum, e a morganheira-das-praias (Euphorbia paralias) e o lírio-das-praias (Pancratium maritimum).
Na duna secundária, onde as areias se encontram mais estabilizadas, domina a madorneira (Artemisia campestris), junto com a granza-da-praia (Crucianella maritima) e encontramos novamente luzerna-das-praias (Medicago marina) e o lírio-das-praias (Pancratium maritimum), entre outras.
Continuando para o interior vamos ainda descobrir a camarinha (Corema album), a Centaurea sphaerocephala e o saganho mouro (Cistus salvifolius).
(imagens da vegetação tiradas da net)
(artigo publicado na revista Super Interessante, nº 146 - Jun 2010)
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